Barretos


FAMÍLIA
O irmão de Armando, Alceu Garcia, é o berranteiro que mais venceu o concurso. Foi campeão 32 vezes, mostra de ser um exímio berranteiro. O outro irmão, Álvaro Garcia também é berranteiro e participa da Queima do Alho como cozinheiro.
Os três seguindo a paixão e a cultura do pai Anésio Garcia, um dos precursores da Queima do Alho.
Anésio foi Comissário, nos tempos das boiadas marchando no estradão; apesar de não ser Independente, está envolvido com a festa desde 1.956 e até hoje mantém sua comitiva, participando da Queima do Alho, que exige a manutenção de toda a tradição.
“Tudo que eu aprendi foi com meu pai: ele é órfão, analfabeto, criou dez filhos, os educou e deu noções de bom senso e de cidadania. Meu pai nunca teve nada que o depreciasse, nem na vida pessoal nem na vida profissional; sou quem sou, hoje, graças ao meu pai”, finaliza Armando, se preparando para mais um Concurso de Berrantes na 53ª Festa do Peão.

Comitiva Armando Garcia, em 1.968; Comissário Anésio Garcia está de pé, ao lado direito da placa — nome da comitiva, naquele ano, homenageou o filho (de pé, à esquerda do menino na placa), que produziu cinema sobre o sertanejo em SP; agachado, com o berrante, o irmão Alceu, 32 vezes campeão em Barretos   

Passagem da Comitiva da Família Garcia nas ruas de Barretos; 
mantendo a tradição


Recinto Paulo Corrêa Lima, que abrigou a primeira Festa do Peão, 
da primeira (1956) até 1984, com a inauguração 
do Estádio de Rodeios no Parque do Peão 
  Comitiva das épocas do estradão, como essa, 
vinham a Barretos e reforçavam traços culturais do peão 

No anos 80, momento inicial da construção do Parque do Peão  


Sobre a idéia da primeira festa do peão, já tinha havido antes aqui um rodeio, que era uma imitação de festa do peão. A idéia foi trazida aqui para o clube dos Independentes, que era um clube que tava surgindo, em movimento, realizando eventos aí, gincanas. Essa idéia foi levada, assim, a uma espécie de... nós convocamos uma reunião no sindicato rural com membros da sociedade, imprensa, tinha padre, prefeitura, associações de classe.
Nós lançamos a idéia e ela não foi bem aceita, houve dúvida. Eles não acreditavam que um grupo de rapazes como nós ia ter condições de organizar uma festa de tamanha envergadura. Teve gente que recebeu com sorriso, diziam que ‘esses cara não vão querer fazer isso de verdade’! E parece que a turma tomou aquilo como desafio.
Me lembro bem que tinha o padre Paulo na época que deu risada quando falamos em festa do peão. Tinha um representante da imprensa – aquele que vocês disseram aqui, que andava de boina – também deu risada! A turma se sentiu meio ferida nos brios e disse: vamos fazer esse negócio! Nós vamos partir para mostrar que somos capazes de fazer.
Foi falado aqui sobre sócio honorário e sócio benemérito, Tem duas pessoas que no começo, na hora da dúvida, vestiram a camisa dos Independentes e da Festa do Peão: Ismar Jacinto, de Franca, que naquela época não existia tropa de rodeio, a única tropa que tinha no Brasil era do Ismar Jacinto. Fui falar com ele e ele disse: “leva a tropa, faz a festa do jeito que quiser, depois traz de volta. A tropa é sua”.
E outro: Dr. Afrânio de Oliveira. Dr. Afrânio era, na época, da cúpula do governo Jânio Quadros, governador do estado. Precisávamos divulgar a festa e o Dr. Afrânio, simplesmente, trouxe aqui a reportagem da Revista Cruzeiro, a de maior circulação no país. E outra: quando faltavam 3 dias para a festa, a Secretaria do Estado da Agricultura, pura e simplesmente, proibiu a realização da festa no Recinto “Paulo de Lima Corrêa”. Eu pedi ao Brandão, e o Brandão foi lá em SP falar com ele e depois, por telefone, por telefone ele autorizou.

Hoje é a maior festa do Peão.

QUEIMA DO ALHO DE BARRETOS 2010


 
 

QUEIMA DO ALHO DE BARRETOS 2009







QUEIMA DO ALHO DE BARRETOS 2013


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